terça-feira, 15 de outubro de 2013

Professor.

São os transportadores do saber.
Nem sempre sabem a verdade.
Mas estão dispostos a mostrar,
Aos desatinados os melhores caminhos.

São humildes e educados.
Dispostos sempre ajudar.
Com apenas um leve olhar.
Já é o sinal, para virem nos auxiliar.
O que seria de nós, aluno,
Sem o professor?
O que seria do mundo,
Sem esse bravo educador.

Vida de professor, não é fácil
Diante da turma bagunceira.
Além de ser educador,
Deves ainda, ser apaziguador.

Ainda ousam jogar-lhes críticas
Quando sua voz se faz mais alto.
Para com firmeza advertir seu aluno
De um errado ato.

O que seria de uma escola sem professore?
Salas vazias e paredes nuas,
Prédio deserto de profundo silêncio,
Portal do nada, sem monumentos nas ruas. 
 
Sua jornada é difícil, mas lhe dá alegria
Quando um aluno sai da escuridão
E destaca-se na multidão.

Nesta hora que podemos ver seu feito,
É na hora que o aluno,
Com emoção bate no peito
E transmite a ele todo seu real respeito.

Junto com lágrimas de gratidão
Agradece por todas suas ações,
Pelos ensinamentos que lhe passou
E pelo longo tempo
Em que ao nosso lado andou.

Ser professor não deve ser fácil,
Mas sei que és herói guerreiro
E de ensinar.
Nunca vais parar.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Velho gaiteiro.

Velho gaiteiro.

Hoo gaiteiro velho.
Como é bonito te ver tocar.
Mesmo com o peso do tempo no lombo.
Quando coloca essa gaita sobre o joelho.
Ainda faz prenda e peão,pela sala dançar.



No toque firme, da moda gaúcha.
Faz tremer o chão.
Com o pé batendo no compasso.
No intervalo do refrão, ainda sacode a mão.

      Hoo velho gaiteiro,
      Como é bonito te ver tocar.
      Meio sem fôlego, arrisca um cantiga.
      E sem perder o tom, puxa uma velha canção.
      Mesmo sem fôlego canta igual.
      Porque o som já vem lá de seu crioulo coração.

           No fim da moda bem campeira.
           Olha e se surpreende.
           Pois a sala se encheu por inteira.
           E todos ainda loucos, para começar mais uma folieira.

                Gaiteiro velho, olha meio de lado.
                Seu dedos já meio entrevado.
                Carca no fole e lasca mais uma vanera.
                E com um jeitão meio loco.
                Diz que quer ver todos, fazer mexer a meleira.

                      E nesse tranco.
                      Meio tocando.
                      Meio cantando.
                      A folieira vai passando.

                             Até a prenda e o peão, não cansar do entrevero.
                             A luz não apaga do candeeiro.
                             Nem a sanfona para de urrar.
                             Nas mãos do velho gaiteiro.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Velha tapera.

Velha tapera.

Hoje acordei cedito.
Olhei o tempo, seu jeito.
Para ver se hoje era o dia.
Que a saudade eu mataria.

Bebi meu chimarrão.
Junto com o canto do galo.
E com ansiedade loca.
Sai junto com a escuridão.

Na estrada ia andando.
Coração pulando.
A saudade é tão forte.
Que sem querer, me pego chorando.


      Ao chegar na velha porteira.
      Até o vento parece ficar mais lento.
      E a saudade fica a me conhecer.
      Em cada lado, em cada canto.

             Logo depois da porteira.
             Queria ver a velha tapera.
             E para meu triste espanto.
             Tudo caído, tudo ao relento.

                    Meus olhos parece não acreditar.
                    Que ali nesse sagrado lugar.
                    Onde corri, pulei e muito brinquei.
                    Nada mais existe para olhar.

                               Fechei os olhos e refiz em pensamento.
                               O galpão, a casa e o pomar.
                               Mas a saudade me esporeou por dentro.
                               E ali mesmo onde era o velho alambrado.
                               Desabei-me em chorar.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Ser Gaúcho

              














                                                            Fui modulado e criado à moda gaúcha.
                                                            Em uma cama bem campeira.
                                                            Ao fundo um belo fogo de chão.
                                                            Embalando a paixão de corações.


                                                      Da união da mais bela prenda.
                                                      Com o mais belo peão.
                                                      Nasce um guri escritor.
                                                      Orgulhoso de nesse estado    
                                                      Ser morador.

                                          Sobre o céu azul                                                                                                                  Desse meu querido pago.
                                          Recebo minhas inspirações.

                            Mesmo com a neve no inverno,
                            E toda sua frieza.
                            Seja em qualquer paisagem.
                            Vejo uma real beleza.

               As chuvas de verão.
               Serena, acaricia o chão.
               No outono, o cair das folhas.
               Realça um clima paixão.

Ser gaúcho é ser diferente.
É ir dormir com o clarão da lua.
E acordar antes do sol nascer.
Espera-lo na varanda, só para dizer.
Mas bah tchê, que dia lindo hoje vai ser.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Dia de Peão

Dia de Peão


Os Peões de minha estância.
Levantam cedito.
Dá logo uma espiadinha.
Para ver ao longo do campo.
A geada bem branquinha.

É o inverno, efeito da friagem.
Que causa a  fria geada.
Cobrindo a relva tudo de gelo.
Ao longo da madrugada.




O Peão veste seu pala.
Para enfrentar o frio.
Que por vezes é tão intenso.
Congelando até a água do rio.

Depois, sorrindo faceiro, encilha o cavalo.
E sai para a lida campeira.
Se despede de sua linda Chinoca.
Que lhe abana, já com saudade, de cima porteira.

Parte galopando e ao lado seu cusco.
Melhor amigo e companheiro.
Que é fiel, não lhe abandona.
Sempre perto, na quarda, o dia inteiro.

A tardinha a linda Chinoca.
Se arruma, se enfeita, fica toda bonita.
Coloca água de cheiro e flor no cabelo.
E põe seu mais bonito vestido de chita.

A trotito vai  sorridente esperar a volta.
Do seu Peão muito amado.
Que ao chegar sente logo o desejo.
E de maneira gaucha dá-lhe um beijo.
Ali mesmo na beira do alambrado.

Depois lá dentro, no aconchego, do velho rancho.
Ficam, no calorzinho, em volta do fogão.
Proseiam,  saboreando um gostoso chimarrão.
Entre causos e prozas, esta a satisfação.
E a honra de ser gaúcho, e viver a tradição.

O sol vai se escondendo no horizonte do pampa.
A chinoca prepara uma janta baguala.
O peão pega sua linda chinoca pela mão.
O resto da noite, será brindada.
Em uma cama, pena, palha em forma de colchão.

Lidas do campo.

Lidas do campo.

Sou gaúcho de fronteira.
Sempre de bombachas.
Na mão a cuia de chimarrão.
Fazendo-me digno a tradição.

Peleio nesse pago, desde criança.
Na lida sou gaúcho forte.
Mesmo quando o sol dá lugar a noite.
Sigo na lida com esperança.

Dos campos, da lida.
Sustento a gurizada.
Que de laço a laço aprendem,
Os costumes da querência amada.

A ordem é seguir a risca.
Nossa tradição amada.
Porque da luta fomos criado.
E da luta vivemos a vida.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Gaúchinho.

Gaúchinho.

Sabe mocinha, sou apenas um piá. 
Um pequeno gauchito
Sou baixinho, mas de macho tenho jeito.
Por isso não tenho medo de grito.
          
De bombacha e chapéu.
Com meu lenço no pescoço. 
Podem dizer que sou grosso.
Mas honro a tradição debaixo desse céu.
 
Para as meninas de minha cidade. 
Sou charmoso essa é a verdade.
Mas apesar de minha pouca idade.
Se bobear, prendo seu coração, em minha grade.

Mas não se assuste.
Mocinha faceira.
Rápido vou crescer.
Para sua alegria.

Vou muito estudar.
Para um dia ser doutor
Mas sempre vou levar seu amor.
Para um dia voltar.
E ser seu domador.